21 novembro 2005

Japão, EUA e UE disputam TV digital no Brasil



Segundo ministro das Comunicações, Hélio Costa, japoneses propõem, em documento, não cobrar royalties pelo uso de ferramentas para implantar de seu padrão de transmissão

O governo brasileiro aguarda uma contraproposta de americanos e europeus, capaz de cobrir a ousada oferta dos japoneses na disputa pela implantação do modelo de transmissão da TV digital. O Japão está disposto a dispensar a cobrança de royalties pelos softwares necessários à instalação de seu modelo no Brasil. "Não temos preferência por nenhum modelo, mas os japoneses enviaram um documento com essa proposta ao governo", afirma o ministro das Comunicações, Hélio Costa.
O padrão de TV digital começou a ser discutido no Brasil em 1997, mas ainda falta definir a tecnologia que será adotada e com que objetivo. Em 2003, por exemplo, o antecessor de Costa, Miro Teixeira, abandonou as negociações com outros países e investiu no desenvolvimento de um padrão brasileiro. Sem sucesso, o mercado amargou dois anos perdidos. A retomada de negociações abriu um novo período de disputa entre os grandes concorrentes deste mercado. "Estamos esperando uma contraproposta dos americanos e europeus que cubra a oferta japonesa de cancelamento de royalties", diz Costa, que participa nesta segunda-feira (21/11) de evento sobre o futuro das telecomunicações, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
"Não vamos reinventar a roda, mas aprimorá-la à realidade brasileira", disse Costa durante sua exposição. Segundo o ministro, mais da metade dos domicílios brasileiros ainda capta imagens de TV com antenas rudimentares em cima do televisor, ou antenas externas -- na maioria dos casos, quebradas. Assim, não é possível implantar sem adaptções um sistema de TV digital desenhado para países em que mais de 90% dos consumidores são clientes de TV a cabo.
"Não está decidido qual padrão será adotado", afirmou Costa. "O governo está coordenando um esforço brasileiro de capacitação tecnológica nessa área." Cerca de 1 200 cientistas e técnicos de 90 instituições estão empenhados no desenvolvimento de ferramentas e adaptações para que seja possível testar a TV digital durante a Copa de 2006, através de transmissões na cidade de São Paulo.
Em 10 de dezembro a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), de Campinas, vai divulgar um relatório técnico sobre os sistemas de TV digital disponíveis, que o ministro das Comunicações qualificou como palavra final do ponto de vista técnico. "A decisão será técnica, não política, e os três padrões estão sendo considerados", disse Costa. "Agora, abrir mão de royalties, por escrito, como fizeram os japonses, ajuda muito. Os europeus não oficializaram qualquer proposta de redução de custo."

Fonte: Exame On Line

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