21 junho 2005

JUSTIÇA TIRA DO AR CAMPANHA QUE ATACA SERVIDOR PÚBLICO

 

AÇÃO FOI IMPETRADA PELO SINTAF/RS

O juiz de Direito da 10ª Vara Cível de Porto Alegre, Roberto Carvalho Fraga, determinou ontem (14/06) a retirada imediata do ar da campanha institucional patrocinada pelo Instituto ETCO (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial) e pela Rede Globo de Televisão que, a pretexto de provocar uma reflexão sobre a conduta delituosa de alguns brasileiros, atingiu de forma genérica diversas carreiras profissionais. O magistrado fixou multa diária, para eventual não cumprimento da decisão, de R$ 50.000,00 (cinq¨enta mil reais), contados a partir da intimação.

A liminar concedida pelo juiz da 10ª Vara Cível atende a ação impetrada pelo Sindicato dos Fiscais de Tributos Estaduais do Rio Grande do Sul (Sintaf/RS) que não concordou com o conteúdo dos cinco filmes, que atingem de forma genérica os servidores públicos, citando-os como exemplos de corrupção e falta de cidadania.

Para o presidente do Sintaf/RS, Carlos Alberto Agostini, a idéia de mobilizar a sociedade contra a sonegação e contra a corrupção tem todo o apoio do sindicato, mas a generalização e o texto agressivo ferem o Estado e os servidores públicos, desqualificando-os.

"Não bastasse o fato da campanha considerar o servidor público, como regra, um ladrão, o que já seria fundamento suficiente para a sua retirada do ar, o Etco e a Rede Globo desferiram um ataque grotesco e direto a várias categorias profissionais", argumentou Agostini.

Segundo informações veiculadas no site do Instituto Etco na Internet, a campanha foi produzida pela Central Globo de Comunicação, com direção do cineasta Domingos de Oliveira e locução da atriz Fernanda Torres. De acordo com o diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, a TV Globo apostou nesse tema por acreditar que é através da conscientização da população que o país poderá crescer.

Veja, abaixo, um dos textos veiculados nacionalmente pela Rede Globo e pelo Etco:


Fala do Funcionário Público (Ator): "Trabalho em serviço público desde garoto. Roubo sempre que posso. No meu caso, meu querido, é muito difícil não roubar. Todo mundo oferece. Quando tem obra então (...). Eu sei que o dinheiro não é meu, mas eu tenho família, tenho de ser realista, se eu não roubar outro rouba, além do que é muito seguro roubar quando se conhece bem a burocracia".


Fala Fernanda Torres: "Não, esse não é o tipo de brasileiro que eu quero para o meu País".


Assinatura Institucional: "Uma campanha Instituto Etco em parceria com a rede globo".
 

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