21 junho 2005

Caso Schincariol respinga na Lew,Lara



Agência teria tentado facilitar a publicação de matérias favoráveis à empresa e evitar reportagens negativas, segundo noticiou o jornal Valor nesta sexta-feira, dia 17

Notícia publicada no jornal Valor Econômico desta sexta-feira, dia 17, informa que gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Cevada - que prendeu 68 pessoas ligadas ao Grupo Schincariol por suposto esquema de sonegação fiscal ( veja nota abaixo) - sugerem que a cervejaria teria negociado pagamentos a alguns órgãos de imprensa como forma de proteger a companhia. A iniciativa teria como objetivo facilitar a publicação de matérias favoráveis à empresa e evitar reportagens negativas.

 

As negociações teriam sido feitas pelo publicitário Luiz Lara, da Lew, Lara, que atende as contas da cerveja Primus e dos refrigerantes da companhia. Em trechos de uma conversa com Adriano Schincariol, diretor-superintendente da cervejaria, Lara teria afirmado que a revista IstoÉ estaria com problemas de caixa e que se a empresa desse dinheiro a Domingo Alzugaray, editor e diretor responsável da Editora Três, faria o que Adriano quisesse, inclusive a publicação de "uma capa da revista Dinheiro sobre a pauta fiscal". Na mesma conversa, ocorrida no dia 17 de dezembro de 2004, Lara fala também em "blindar" a "Época", publicada pela Editora Globo.

 

A Editora Três e Luiz Lara divulgaram os seguintes comunicados sobre o assunto:

 

Íntegra do comunicado assinado por Domingo Alzugaray:

 

"Não conhecemos o teor da fita da Polícia Federal, mas salientamos enfaticamente que as capas e o texto editorial de nossas publicações não estão à venda.

Sugiro procurar o publicitário Luiz Lara para esclarecer o assunto.

A Schincariol anuncia nas nossas revistas assim como em todos os outros grandes veículos de comunicação do país.

 

Grato

 

Domingo Alzugaray"

 

 

Íntegra do comunicado assinado por Luiz Lara 

 

"Lamento que um único diálogo, que se tornou público, pinçado do contexto de uma ampla negociação puramente publicitária, tenha criado uma péssima percepção. Peço desculpas pelo que chamo de um terrível incidente e reitero a atitude ética e institucional de toda a equipe da agência.

 

Mas gostaria de esclarecer que:

 

1) o diálogo telefônico, transcrito, entre o diretor-superintendente da Schincariol, Adriano Schincariol, e eu, Luiz Lara, tratou, exclusivamente, da elaboração de um plano de mídia absolutamente técnico, identificado pela agência em veículos da Editora Três.

 

2) as negociações de espaços publicitários para a cervejaria se traduziram em compra antecipada de anúncios com descontos, o que normalmente garante aos clientes melhores condições de preço.

 

3) durante a conversa com Adriano Schincariol, reconheço que me excedi inadvertidamente, pois uma agência de publicidade não tem a função e nem o poder de interferir no conteúdo editorial dos veículos de comunicação.

 

Reitero minhas desculpas à minha equipe, clientes e à Editora Três, pelos excessos verbais cometidos.

 

Luiz Lara

 

Fonte: Meio & Mensagem On Line

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