09 outubro 2007

Aqui não!!


O dono de uma gráfica passou a tarde ligando para agências de um outro estado, tentando captar trabalhos em novos mercados.

A maioria das agências foi muito simpática, elogiavam muito o material que ele havia mandado, mas não prometiam nada, até desconversava quando ele falava da possibilidade de conseguir fazer trabalhos.

Mas, uma agência foi bem direta. Quando ele disse:

- E aí? Vamos conseguir trabalhar com vocês?

O diretor de criação da agência respondeu na mesma hora:

- Como assim? Você quer que eu mande dinheiro pra fora do meu estado? Eu tenho que fazer os trabalhos aqui pra poder crescer o meu mercado também.

Esse cara tem muito o que ensinar à alguns daqui.

6 comentários:

  1. Prezado Editor,
    Gosto muito do seu blog e sempre venho ler aqui as novidades do meu querido mercado paraense. E continuarei vindo.
    Bom, apesar de gostar dos seus posts, discordo desta fervorosa defesa dos fornecedores locais.

    Não sou do Pará. Sou um publicitário baiano, que já trabalhou em diversos estados brasileiros.

    Entenda meu ponto de vista:
    a melhor coisa que pode ocorrer a um mercado, qualquer mercado, seja ele qual for, é a concorrência.
    Sim, caro amigo, a concorrência nos moderniza, nos tira da inércia e nos põe competitivos. Estou convencido que é ele que nos dá vida e crescimento.
    Um mercado tão pequeno quanto o paraense - e isto é um fato inégavel - só tem a ganhar se for estimulado pela concorrência externa.
    Se ela está chegando até seu mercado é porque deve ter algo que ainda não está disponível aí - se preço, tecnologia eu não sei. Mas necessáriamente ele tem alguma barganha.
    A livre concorrência obrigaria à modernização do parque gráfico paraense.
    Veja, não sou fornecedor e não tenho nenhum interesse primário em gráficas, sou apenas planejador e 'mercadólogo' e torço muito pelo crescimento da publicidade paraense, porque tenho muitos amigos aí.

    Outra coisa: a ética profissional deve responder primeiramente ao seu cliente que lhe paga e depois disto ao seus colegas. Esta é a melhor defesa à nossa categoria.

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  2. Olá Daniel,

    Seja benvindo e continue sempre por aqui. Sempre é um prazer ter gente de fora do estado lendo e, principalmente, comentando.

    Defendo, e muito, a livre concorrência. Sempre defendi e sempre defenderei, sem ela não teria o que tenho hoje.
    :)

    A frase "Esse cara tem muito o que ensinar à alguns daqui.", que imagino seja o ponto principal do seu comentário, foi a constatação de uma verdade, que pode até ir contra a livre concorrência, mas é uma verdade. Fazendo com que o dinheiro circule dentro do próprio mercado consumidor, a empresa que anuncia gera renda para seus consumidores e com isso vende mais, fatura mais, anuncia mais e gera mais renda ainda.

    Um comerciante pode oferecer preços mais baixos que outro visando atrair o consumidor e adquirir uma clientela. Assim como também tem que buscar fornecedores com preços mais baixos para ter um lucro maior. Mas muitas vezes, esse preço mais baixo é conseguindo baixando a qualidade e é nesse ponto que as boas agências tentam defender o cliente, o problema, e que nem sempre eles se deixam defender.

    O meu post foi para falar disso e não para defender colegas. No máximo, foi para defender o NOSSO mercado, pois tenho certeza que você passa por esse mesmo tipo de problema.

    Abraços!

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  3. Concordo com o Daniel. A defesa xenófoba do "mercado" não é o melhor caminho para melhorá-lo. No Ceará muitas coisas também são feitos muitos trabalhos em gráficas "de fora". principalmente a Santa Marta, da Paraíba, e a Halley, do Piauí. Isso acontece por uma simples questão: qualidade. Essas duas gráficas são profissionais, são indústrias com excelente logística e qualidade, coisa que, infelizmente, as gráficas cearenses não chegam nem perto. Acrescento ainda que esse atraso do setor no ceará muito se deveu à "defesa de mercado", onde as gráficas locais se fecharam em cartel e ficaram paradas no tempo, sendo a maioria geridas ainda como pequenas empresas familiares, incapazes mesmo, de atender certas demanda do mercado publicitário.

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  4. Mercados são como pessoas. E não existe ajuda melhor para uma pessoa do que ser honesta com ela. Mesmo que seja tacitamente, como ao dar um trabalho para um concorrente. É a melhor forma de dizer "ei, você precisa se espertar".
    Na hora é um impacto. A gente fica magoado, achando que foi vítima de uma grande injustiça. Mas no dia seguinte acorda e começa a se perguntar "o que estou fazendo de errado?". E vocês não imaginam as maravilhas que essa pergunta faz. O sujeito acorda com outra disposição. Ele estuda processos, corrige equívocos, o trabalho salta.
    Não existe coisa melhor para um mercado do que concorrência. As pessoas se renovam, as idéias melhoram e, por estranho que pareça, os empregos aumentam porque a qualidade se alimenta de gente, de muitos especialistas, para se chegar aos bons resultados.
    Não proteja mercados, não proteja pessoas. Assim fazem os verdadeiros amigos. Pois a melhor forma de defender alguém não é ficar na sua frente. Mas torná-lo grande.

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  5. Bem-aventurado é a concorrência.
    Sou assistente de marketing da Extrafarma (Pará), sou designer gráfico e nesses 4 anos que trablaho nesta empresa pude analisar o mercado gráfico de nosso cidade. Existem excelentes gráficas aqui muita coisa ruim também. Já cheguei a pegar contato de gráfica querendo fazer serviço nosso derrubando as gráficas de fora. Pra mim o que sempre prevaleceu foi qualidade, prazo e preço. Sendo que na maioria dos casos sempre quem nos atendeu melhor foi a Gráfica Santa Marta, que o mercado publicitário sabe onde fica. Não é questão de deixar de investir no mercado aqui, é questão das gráficas daqui se espelharem nas de fora e melhorarem. Até hoje tenho dificuldade em conseguir um simples orçamento em tempo útil de uma gráfica local. Viva a concorrência e temos que pensar que, se não tenho açúcar em casa pra fazer meu bolo e meu vizinho tem e quer me ajudar, vou pegar na casa dele.

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  6. O post do Daniel me tirou um peso
    da consciência. Tenho uma produtora de
    áudio e as vezes faço uso de vozes de
    outros estados. Fico na dúvida
    se isso é bom ou ruim pro mercado local.
    Agora só vejo o lado o positivo.
    Realmente nada melhor que a concorrência
    leal e com ética, para elevar o qualidade
    do mercado.

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Lembre-se que esse blog não é um ringue de boxe ou um octágono para que rolem as porradas.