O olhar de Alberto Bitar há duas décadas documenta o transitório. Impregnadas de nostalgia e alguma tristeza, as imagens recolhidas pelo fotógrafo paraense são metonímias: partes da memória afetiva do artista, mesmo quando miram terrenos tortuosos.
Sob o título de “Corte Seco”, seu mais recente trabalho vasculha o lirismo improvável das cenas de crimes urbanos. “O fluxo, do tempo, da vida, da memória é o que une o meu trabalho. O que permeia todo ele é uma questão existencial: a impermanência”, diz Bitar, convidado da 30° Bienal das Artes de São Paulo. Numa retrospectiva de sua produção, o fotógrafo expõe obras premiadas e duas séries inéditas no Parque Ibirapuera, de 7 de setembro a 9 de dezembro.