Entrevistando a TANGO

A TANGO é a nova agência do mercado paraense. À frente dela estão Edgar Cardoso, na criação e Yvens Guerreiro no atendimento. Os dois já tem uma boa experiência no mercado, já trabalharam em agências, veículos e estão dispostos agora a botar a mão na massa pra ajudar a fazer crescer a qualidade da propaganda paraense.

Vamos começar dando uma de advogado do diabo. Quando anunciamos a criação de mais uma agência em Belém, algumas pessoas do mercado reagiram de uma forma até agressiva, disseram até que seria melhor que não viesse, pois uma agência a mais significaria um mercado menor. Como a Tango vai reagir a esse mercado, supostamente, tão inchado?

Edgar – o mercado é sim, inchado, mas com poucas pessoas realmente capacitadas para trabalhar, que tenham experiência em mercados mais competitivos, o que o torna muito atrativo. Já perdemos a conta de quantos clientes reclamaram de suas agências atuais para nós, tanto criativamente quanto no que tange à sua forma de atendê-los.

Yvens – É bem compreensível este tipo de reação inicial por parte de alguns. Mas acredito que em pleno século XXI, o publicitário que tem medo da competição está na atividade errada, quiçá no planeta errado. E com relação a de que forma a Tango reagirá a este mercado, bem, acredito que da forma mais natural possível. Apenas fazendo o que veio a se propor fazer: comunicar.


Por que criar a Tango? Em qual nicho de mercado ela vai trabalhar?

Edgar – a Tango veio justamente para preencher algumas lacunas do mercado, quer seja em criatividade, estética ou em formas de trabalho. Estamos trazendo conceitos novos como propaganda 360º, virais, mídias alternativas e ações diferenciadas de internet, pois vemos a comunicação de forma global, total, com foco no fim e não no meio. Portanto, não nos fixaremos em nenhum nicho específico, mas utilizaremos todas as ferramentas, inclusive a velha e boa mídia tradicional.

Yvens – Por que o Edgar responde primeiro? Rs...


Os dois sócios da agência têm experiências diferentes em áreas da comunicação. Um como criativo e outro como atendimento, como tem sido a experiência de administrar uma agência? Quais as maiores dificuldades e quais as boas surpresas?

Edgar – Rs... realmente é uma coisa que por mais que te digam como é você só entende na prática. Por ser um tipo de negócio com custo fixo alto e com faturamento pouco linear o frio na barriga é constante. A boa surpresa é que pude comprovar a minha teoria de que com bom atendimento a agência consegue aprovar coisas legais. A grande maioria de nossas peças são aprovadas logo de cara.

Yvens – A experiência de administrar um negócio é totalmente nova. Boa parte do aprendizado é fruto de pequenos erros cometidos na condução inicial do empreendimento. Talvez a maior dificuldade, como proprietário e atendimento, resida em saber dividir o tempo entre as questões internas da empresa e as de nossos clientes. Mas este “timing” tem se ajustado naturalmente.
E a boa surpresa, sem sombra de dúvidas, diz respeito à grande receptividade com a qual nossos clientes e prospects tem apresentado ao tomar conhecimento das propostas e do posicionamento da Tango.


O mercado paraense é um mercado bem diferente dos mercados do resto do país. Somos, basicamente, um mercado varejista, como fazer boa propaganda criativa em um mercado assim? Dá pra ser diferente do que tem sido feito nos últimos anos?

Edgar – E como dá. O varejo tem se modificado muito nos últimos anos, profissionalizando-se. O varejo do “imperdível”, de gente gritando e do splash vem dando lugar aos conceitos fortes, à diferenciação estética e aos formatos inusitados. E quando o cliente vê que dá resultado ele começa a acreditar na gente. O varejo antiquado, mais focado na repetição do que na criação ainda encontra ressonância no País inteiro, não só no Pará. Mas contra o velho varejo já comprei uma garrafada de “Hei de Vencer” no Ver-o-Peso (rs...).

Yvens – O varejo nunca foi nem nunca será inimigo da criatividade. Devemos sim ter cuidado com uma enfermidade grave chamada preguiça mental e investir bastante tempo em busca de uma identidade estética e conceitual para este tipo de cliente. A bem da verdade tenho que admitir que meu trabalho é deveras facilitado pelo fato de ter o Edgar à frente da direção de criação da Tango. Ele consegue destrinchar com maestria a realidade que trago da rua e transformar esta em conceitos fortes e pertinentes.


Como tem sido a receptividade dos prospects à chegada da Tango?

Edgar – Olha, muito boa. Mais do que a gente esperava. Já estamos trabalhando efetivamente com 4 clientes de porte médio a grande e aguardamos respostas positivas de outros prospects.

Yvens – Sou otimista por natureza, mas me surpreende a forma como estes reagem ao tomar conhecimento do conceito que a Tango possui da palavra "comunicar".


Qual o ritmo da Tango? E como ela está montada?

Edgar – o ritmo é de crescimento, mas tudo feito com planejamento, de olho nos custos, para não darmos passos maiores que a perna. A agência tem um forte posicionamento de diferenciação, portanto, não economizamos com qualidade. Temos poucas máquinas, mas são o que há de mais moderno no mercado. Temos ainda poucos funcionários, mas são os melhores em suas áreas. A maioria tem experiência em grandes agências do Sudeste e este será o perfil das contratações-chave que fizermos.

Yvens – Como entrantes no mercado, estamos em posição de prospectar, prospectar e prospectar um pouco mais, o que torna o trabalho intenso dentro e fora da agência.
Com relação em como a agência está montada, tenho a dizer que nestes anos em que estive dentro da grande maioria das agências de Belém aprendi uma lição. Antes de se preocupar com o aumento da participação de mercado do cliente X ou com o resultado da última ação promocional do cliente Y, preocupe-se com aqueles que estão diariamente dentro da sua empresa. É imperativo para a Tango manter seu pessoal "ligado". E isto não vem apenas com recompensa financeira, mas também com liberdade criativa e qualidade no ambiente de trabalho.


O que já existe da Tango no mercado?

Edgar – já fizemos duas campanhas para a Atlas Veículos, Dia dos Namorados e Dia das Mães, que incluíram ações 360º, marketing direto e TV. Estamos fazendo o novo catálogo da Oyamota do Brasil S/A e finalizando uma campanha para eles. Já estamos planejando para um grande cliente entrante no mercado, da área de informática, e acabamos de aprovar uma pequena campanha para um laboratório da cidade.

Yvens - Na ponta da língua, Edgar.


Como a Tango vai estar daqui a 10 anos?

Edgar – logicamente temos um planejamento estratégico para a empresa e sabemos claramente onde queremos chegar, inclusive qual formato de negócio a agência assumirá. Não podemos divulgar claramente nossos objetivos, porque fazem parte de nossa estratégia, mas posso dizer que no que depender de mim e do Yvens será uma agência que continuará se reciclando, trabalhando com os melhores e sendo a agência onde todos gostariam de trabalhar. É a nossa visão de futuro.

Yvens - Ainda somos uma pequena-nova agência, mas temos definido de forma bem clara o modelo de negócio e o posicionamento que adotaremos a curto, médio e longo prazo. Acredito não ser interessante nesta fase inicial discorrer sobre planos para os próximos 10 anos. Temos sim que ganhar mercado e fazer com que este tome conhecimento das propostas e do perfil de agência que a Tango Comunicação está se propondo a ser.